Independente de ter visto Barbie ou não, alguém já te julgou como “fútil” por seus gostos, hobbies ou estilo? Ou já te aconselharam a ser menos ou mais feminina?
Está proibido: ser feliz & usar rosa
Barbie segue quebrando recordes.
O fim de semana de lançamento com maior bilheteria em 2023. O maior lançamento de primeiro filme (não é sequência, nem remake).
A maior bilheteria de todos os tempos para um filme dirigido por uma mulher.
Mas, entre estratégias de marketing e debates macios sobre patriarcado, talvez o recorde mais importante de Barbie seja a explosão de rosa que movimentou fora das telas, no mundo todo.
A explosão de rosa
Mulheres de todas as idades, em todos os continentes, lotaram as salas de cinema vestindo rosa. E não faltaram matérias, comentários, tweets e piadas para ridicularizar o fenômeno (e as mulheres).
Mas você já parou para pensar por que mulheres indo de rosa ver Barbie incomodaram tanta gente?
Mito da futilidade feminina
Você já percebeu como interesses e hobbies associados às mulheres são sempre ‘fúteis”?
Maquiagem. Moda. Skincare. Comédias românticas. Novelas… e a lista continua.
Mulheres, em seu tempo livre, vestindo rosa para ver um filme no cinema significa…
Um passeio divertido? Uma brincadeira?
Uma forma divertida de passar o tempo e espairecer?
Uma homenagem nostálgica a uma figura que marcou a infância?
Não!
É um filme dirigido e protagonizado por mulheres, sobre mulheres, que interessa principalmente às mulheres. Só pode ser FUTILIDADE.
Quer saber mais sobre o mito da futilidade feminina (e o sexismo por trás dele)? Leia também “O Mito da Futilidade feminina“.
Por que incomoda?
Feminilidade
Mulheres são ensinadas a ser femininas.
O que nós não somos ensinadas é que a feminilidade é uma opressão de gênero.
Não é sobre estar com as unhas feitas, a dieta em dia, a maquiagem “delicada” ou usando rosa. É sobre
controle. Controle dos nossos corpos, do nosso tempo livre, de como utilizamos nosso dinheiro.
Sendo assim, não serve ao patriarcado se os símbolos de feminilidade (o rosa, a Barbie) estão também servindo para mulheres refletirem sobre o patriarcado (ou só se divertirem).
No fundo, não há como ganhar.
Temos que ser femininas. Mas a feminilidade, curiosamente, também nos torna fúteis.
Protagonismo feminino
Blockbusters costumam ser produzidos, dirigidos, protagonizados, roteirizados e pensados por e para homens.
Qualquer mudança a essa lógica incomoda.
Barbie é um ponto fora da curva e, mais do que isso, indica uma possível mudança da indústria.
Afinal, trouxe e continua a trazer muito dinheiro, mesmo sem fazer parte de um universo de super-heróis.
Ou seja, estranho seria se essa atenção toda e o sucesso que Barbie significa para o futuro de Hollywood não incomodassem.
Para refletir & repassar
Será que esse comportamento ou interesse feminino que você julga como “fútil” é fútil mesmo, ou você só está sendo sexista? A opressão da feminilidade é a mais uma forma de controlar e minar a confiança de mulheres.
Por isso, nunca seremos femininas o suficiente. Se formos “pouco” femininas, seremos taxadas
de vulgares, desleixadas ou indesejáveis. Se formos “demais”, então seremos julgadas como fúteis, burras ou vazias.
Cansada do julgamento sem fim sobre interesses e comportamentos femininos?
Gostou de ler “Por que mulheres de rosa pra ver Barbie incomodam tanta gente?”?
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